Minhas Anotações

Especialização em "Tecnologias da Informação e da Comunicação na Promoção da Aprendizagem"

Sunday, March 18, 2007

ILUMINANDO ... ...


Saturday, March 17, 2007

ENDEREÇANDO

A autora Rosa Maria Bueno chama a atenção para o conjunto do processo comunicativo, as formas de linguagem utilizadas e a que público se dirigem as mensagens. A autora refere-se ao público a quem se dirige todo e qualquer comercial, todo e qualquer programa de televisão, filme, matéria de revista ou jornal. Na qual chama de endereçamento, ou melhor de modos de endereçamentos. Constitui-se na busca da publicidade voltada para alguém concreto e real. São efetivadas pesquisas de mercados para desenhar um perfil dos possíveis consumidores e , assim definir as estratégias de criação de um filme ou programa. As estratégias não são produzidas de uma hora a outra, mas sim, uma longa história dos espectadores, de formação de um público.
Um exemplo é o da apresentadora Xuxa que interpela há 20 anos público de todas as idades. Interpretando a gata borralheira, a mãe sofrida, que chora, a Cinderela, da defesa da moralidade, da conversa intima entre o pobre e rico... assim por diante. A artista consegue, mesmo não se simpatizando individualmente com ela, cativar o público pelo seu vasto aparato de cenários e programas, pois tudo é estudado minuciosamente para atingir a mãe, o filho, a tia, os pais... competência que lhe permite endereçar seu show, ora para uns, ora para outros, ou talvez sempre e para todos.

Temos o Programa do Ratinho que usa as artimanhas de “baixarias” e mesmo assim, é levado ao ar com crítica, ajustes, consulta do ibope - o apresentador concede entrevistas em lugares nobres para direcionar sua justificativa a um determinado público, garantindo sempre sua audiência. Usa palavras de baixo nível, crítica políticos, instituições públicas... Realiza uma mistura de problemas sociais, políticos e culturais, atingindo, segundo a autora, todas as camadas sociais, pois não há quem não dê uma espiadinha.
Considerando as diversas colocações expostas pela autora sobre endereçamento, convés enfatizar que o estudo de filmes, de comerciais e programas de televisão a partir dos modos de endereçamento constitui-se em um desafio a quem realiza essa produção, ultrapassando o domínio de regras ou estratégias de linguagem de cinema ou televisão. É associada toda uma tecnologia própria de linguagem, no caso, a linguagem audiovisual, as questões de ordem pessoal, individual, psicológica e principalmente de questões culturais, políticas e sociais mais ampla. Se for comercializado um produto como a coca-cola, cremes de beleza, por exemplo, considera-se que há um endereço para o produto, que existe e, é feito para chegar a alguém, prová-lo, ver, gostar, reconhecer-se. Vera Frantz

ELABORANDO SIGNIFICAÇÕES

Em leitura ao livro Televisão & Educação – Fruir e pensar a TV, da autora Rosa Maria Bueno Fischer sobre imagem audiovisual, quero deixar registrado algumas referencias da autora sobre o assunto ao qual considero importante.
Um dos conceitos iniciais de imagem audiovisual que a autora Rosa Maria Bueno Fischer enfatiza é a leitura subjetiva que cada um realiza a partir do olhar sobre a imagem, possibilitando algum efeito, isto é, que de alguma forma há uma ação sobre o que vemos, como prazer, revolta, desejo ou qualquer outro sentimento. Também se refere às significações, aos sentidos, ao mundo que internamente cada um realiza sobre uma determinada imagem, fotografia, desenho, gravura, outdoor, bem como os diversos significados construídos nas diferentes culturas. Isto quer dizer que há diferentes formas de entendimentos e leituras sobre as imagens, pois possuímos espectadores das mais variadas experiências e vivências, dos mais variados repertórios de informações, de maior ou menor grau de freqüência em assistir televisão, ler jornais, livros, revistas discutir problemas sociais. Entra em jogo os valores de cada pessoa, sua cultura, seus sentimentos, posicionamento ideológico. Todos esses fatores possuem influência na leitura de imagens.
A linguagem audiovisual centra a atenção nas estratégias de elaboração, sendo cuidadosamente planejado para passar intensamente o objetivo proposto, criando meios, destinado a passar algo a alguém.
Pensando a TV sob o ponto de vista educacional, é necessário irmos além do que a imagem audiovisual nos quer transmitir/tocar, indo a busca da compreensão dos fatos, instigando a construir sentidos mais amplos sobre o contexto social, político e cultural do país, comportamentos e valores, sentimentos e prazeres.
A autora enfatiza: “A imagem audiovisual eletrônica precisa ser tratada como imagens eletrônicas que traduzem um certo campo visual, um objeto, uma cena, uma paisagem para sinais de energia elétrica, o que só é possível porque a imagem original foi completamente retalhada, dividida em linhas que serão “varridas” por um feixe de elétrons”. Compara as imagens da TV como a arte do mosaico bizantino, onde nada é definido. Cada um de nós compõe esses milhares de pontos no sentido de dar forma, participando do desenho daquelas imagens, completando-as, construindo a ligação entre eles. Como se fosse um convite concreto ao envolvimento do espectador.
A imagem audiovisual é pensada de tal modo que possui influencia no cotidiano das pessoas, das famílias. Ela se fundamenta na dispersão e busca de todas as formas responder a ela, pesquisando ritmos, selecionando sons, atores, personagens, produzindo imagens e diálogos, a fim de captar atenções e emoções dos ouvintes. É comum perceber nas casas o envolvimento das pessoas pela televisão. Mesmo realizando tarefas, estão sempre atentos no que está sendo divulgado por ela.
Por apresentar-se numa tela pequena uma imagem fragmentada, os cinegrafistas, diretores e produtores selecionam minuciosamente planos e detalhes para dar conta do todo. As telenovelas são casos típicos de retalhamento de imagens. Os telejornais, programas de debates, comerciais, por exemplo utilizam os talking beads que são os conhecidos apresentadores, mostrados da cabeça para cima – falam diretamente ao telespectador como se estivesse presente ali naquela sala, olhando diretamente para o telespectador, valorizando-o como cidadão, homem público - aliciando-o a participar das imagens e sons ali apresentadas.
Como percebemos, precisamos reforçar a leitura entre linhas que a TV não mostra, trabalhando pedagogicamente aspectos concretos para mostrar ao aluno como é trabalhada a comunicação pela televisão. O telejornal por exemplo, pode servir como base para um trabalho educacional sobre a televisão. Precisamos entender que o conhecimento e a informação não são só assimilados pela linguagem escrita de nossa língua, mas também pelas imagens e sons.

Powered by Blogger